Lado B – Pedro Fonseca é escritor. Quando dá um tempo para se dedicar ao seu lado B, sua atividade menos conhecida, substitui o teclado por outro objeto: o violão. “Tocar tem sido meu lado B, desde sempre”, diz Pedro. “Como nunca tive o talento suficiente para que fosse minha principal atividade, fui criando desculpas para ficar sempre por perto do violão – e da música, de maneira geral. Sou um excelente ouvinte, mas um músico de terceira. Mas não largo o osso: todos os dias estudo um pouco, toco um pouco e, em rompantes de coragem, componho.”
Primeiros sons – O escritor conta que descobriu seu lado B na adolescência. “Meu maior amigo da vida (até hoje) fazia conservatório de música e, para ele, tocar Noel, Herivelto, Zé Keti era uma coisa absolutamente natural. O que me deixava contrariado”, lembra. Na época, diante de tal situação, Pedro resolveu pedir um violão para o pai, mesmo sem saber tocar um lá maior, como ele mesmo diz. A resposta do pai? “Quando você souber tocar uma música inteira, te dou um violão, Pedro”. Não demorou muito para o então adolescente surpreendê-lo. “Seis meses depois, voltei à casa dele com um violão emprestado. Ele perguntou o que era aquilo. Sentei no chão e toquei ‘Comida’, dos Titãs. Foi uma covardia, porque ele gostava da música. Saímos da casa dele direto para a Rua da Concórdia, em Recife, para comprar um violão vagabundo que me acompanhou por quase dez anos.”
Capa – Desde então, Pedro procura exercer seu lado B todos os dias, atividade indispensável para ele. “O ato de parar o que estou fazendo para tocar esvazia a cabeça e preenche o coração. Preciso disso, todos os dias”, explica. Sorte de quem convive com ele.
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